sábado, 30 de março de 2024

O nosso próximo título: "Três Hectares de Liberdade" de Bolton Hall


Em Abril lançaremos o crowdfunding para o nosso segundo livro, um clássico daquilo que consideramos ter sido a primeira vaga do sobrevivencialismo, o movimento Regresso à Terra (vide "Prontidão & Sobrevivência", nº 1).

O movimento Regresso à Terra defendia que a soberania alimentar e a autossuficiência (no sentido de sabermos construir a nossa própria casa, tecer a nossa roupa, consertar ferramentas, plantar,  criar e preservar o que comemos, etc.)  eram a única via para a LIBERDADE dos indivíduos: sem patrão, sem empréstimos, sem depender da caridade do Estado!

Desta vez vamos colocar a fasquia nos 500€ após termos percebido, com o sucesso do anterior livro, que o nosso público alvo aparentemente comprou o livro durante o crowdfunding e a venda em loja ficou aquém das espectativas.

O preço de pré-venda no crowdfunding será de 10€, o preço em loja será de 20€ + IVA, pelo que o melhor é prestarem atenção ao crowdfunding.

Conheça a RADICAIS LIVRES, a nossa loja oficial

 


Após algumas tentativas falhadas de criarmos o design da nossa própria loja e uma falha de segurança (hackearem-nos o anterior portal via a actualização automática de uma app do Wordpress) que nos deixou apreensivos quando à viabilidade de construirmos na integra uma loja, decidimos investir um valor considerável e apostar na segurança revitalizando a RADICAIS LIVRES com uma empresa líder do mercado do comércio digital: a canadiana SHOPIFY.

A loja não vende exclusivamente o nosso material, irá incluir obras de outros autores (como o Pedrosa Sinistro) e editoras, mas as receitas revertem para a nossa editora pelo que 100% do que pagarem pela nossa revista e pelos livros da colecção Prontidão & Sobrevivência será investido neste nosso projecto (edição de livros, aperfeiçoamento do canal YouTube, melhorias no nosso terreno, etc.). 

Podem efectuar as vossas encomendas na radicaislivres.pt com a garantia de segurança da Shopify. 

domingo, 13 de agosto de 2023

"Refúgio de Sobrevivência" de Ragnar Benson em crowdfunding

Ragnar Benson foi um dos autores mais populares do sobrevivencialismo mundial entre a década de 70 e 2018, altura em que desapareceu. Ex-militar e ex-mercenário, a sua identidade nunca se tornou pública, mas deixou como legado 46 livros que se tornaram objectos de leitura essencial para todo o tipo de entusiastas do sobrevivencialismo, aventureiros ou meros adeptos da vida ao ar livre.

No volume de estreia da colecção Prontidão & Sobrevivência trazemos pela primeira vez à língua portuguesa uma das suas obras mais populares, "Refúgio de Emergência", onde Ragnar Benson na sua escrita inconfundível e entre memórias dos seus tempos como soldado da fortuna partilha as dicas, métodos e estratégias necessárias para que qualquer pessoa organize um refúgio de sobrevivência, seja no campo ou na cidade.

Um livro essencial na biblioteca de qualquer pessoa, ainda mais nos tempos tempestuosos em que vivemos, onde uma pandemia letal, uma crise económica avassaladora e o espectro da Terceira Guerra Mundial nunca foram tão credíveis, é por isso que queremos que chegue ao maior número de pessoas possível, afinal quanto mais pessoas estiverem preparadas para enfrentar uma catástrofe seja esta um novo terramoto em Lisboa, uma pandemia ou uma nova guerra na Europa, mais seguros estaremos todos nós, mas para isso precisamos da sua ajuda.

Colabora em ppl.pt/sobrevivencia

O Que é um Refúgio?

Um refúgio é um local onde encontramos abrigo, protecção, comida, água, medicamentos e calor e que foi organizado para lá vivermos por nossa conta até a sociedade regressar à sua normal rotina repetitiva e não destructiva. Por vezes essa eventual “estabilização” deixa algo a desejar, mas até mesmo em sítios como o Irão, o Camboja e o Chile, acabou por regressar um certo nível de normalidade.

Normalmente o regresso à normalidade demora cerca de dois anos. Primeiro há um período inicial de intensas alterações, que dura talvez uns seis meses. A este segue-se um período de acalmia, no qual as coisas não pioram necessariamente, mas as pessoas continuam a morrer aos milhares devido ao que aconteceu antes. Este período é um pouco como as pragas de coelhos e veados: mal reduzam em número, a situação estabiliza.

O truque aqui é ter um refúgio preparado no qual consigamos ser um dos sobreviventes. O vosso refúgio pode ser na cidade, no campo, no vosso local de trabalho ou na casa de um familiar ou amigo próximo. O importante é que o vosso refúgio seja um sítio onde possam viver durante a crise, e não um buraco para onde rastejam para ir morrer. 

Ragnar Benson



segunda-feira, 1 de maio de 2023

Procuramos escribas para o segundo número da revista

 


Já estamos a preparar o número dois da revista, procuramos quinteiros, preppers, permacultores, ecoaldeões, agricultores, primitivistas, bushcrafters, críticos da civilização, artesãos, caminheiros, conserveiros e até pedreiros e carpinteiros ou entusiastas de bricolage que queiram partilhar os seus conhecimentos com o mundo, num mínimo de 6.000 caracteres. 

Por favor abstenham-se de quaisquer comentários políticos nos vossos textos, o sobrevivencialismo seja como estilo de vida ou como actividade lúdica é universal como qualquer outro desporto ou estilo de vida, estar preparado para catástrofes e gostar de estar em contacto com a Natureza não acarreta qualquer carga ideológica.

Podem criticar-se políticas governamentais como o licenciamento de armas de caça, porte de arma, a nova lei que obrigou todo o país a efectuar revisões do PDM que pelo menos a nós como colectivo afectou negativamente, o aumento da vigilância dos cidadãos através de videovigilância, o foco é que se critiquem POLÍTICAS que nos afectem negativamente, não os políticos que as criaram.

Aconselhamos a que consultem o nosso Estatuto Editorial e as Perguntas Frequentes.

sábado, 7 de maio de 2022

Filosofia da sobrevivência, entrevista com Ragnar Benson


O excerto de entrevista que se segue é uma raridade, foi levada a cabo por Virginia Thomas da agência noticiosa National News Service, escritórios de Denver, e publicada na Paladin Press Magazine. Não conseguimos resgatar nem a entrevista por completo nem sequer determinar em que número da revista foi publicada, o original encontra-se no Archive.org. A entrevista foi dada por ocasião do lançamento de Refúgio de Sobrevivência em 1983, obra que estamos actualmente a traduzir para a colecção Prontidão e Sobrevivência.

***

O autor sobrevivencialista Ragnar Benson passou recentemente pelo Aeroporto Internacional de Stapleton para esta entrevista. Sabido no que diz respeito às realidades do mundo, tanto graças ao seu historial de rapaz de quinta como às suas andanças internacionais, Benson destaca-se pelas suas ideias práticas - embora extraordinárias - no que à autossuficiência diz respeito. As respostas que aqui nos deu representam algumas das filosofias que encontramos no seu livro mais recente, Refúgio de Sobrevivência.

Na sua opinião, porque é que as pessoas se tornam sobrevivencialistas?

As pessoas investem o seu tempo e o seu dinheiro no sobrevivencialismo por terem uma preocupação genuína quanto ao seu futuro. Sentem que o equipamento que compram, o conhecimento que adquirem e os mantimentos que armazenam lhes dão uma espécie de garantia no que diz respeito ao futuro, uma habilidade para reagirem de modo positivo ao que poderia de outro modo parecer uma situação desesperante.

Escreve no Refúgio de Sobrevivência que devemos "praticar a arte do possível". O que quer dizer com isto?

Não é qualquer pessoa em qualquer situação que conseguirá organizar um refúgio. Pessoas muito pobres e pessoas que tenham outras prioridades na verdade não podem despender muito tempo nem muito dinheiro para preparar um refúgio. O que sugiro é que qualquer pessoa consiga formular uma filosofia de refúgio que tenha por base aquilo que realmente já tem ou conseguirá obter sem grande esforço. Há que compreender que ninguém consegue escrever uma fórmula concisa, detalhada, que se possa aplicar à situação de cada pessoa. Alguém que viva no centro de Denver terá necessidade de um refúgio diferente de alguém que viva nas montanhas do Montana. Uma pessoa tem de determinar quais são as suas mais-valias e depois, de modo muito esperto e ambicioso, planificar aplicá-las do modo que lhe for mais vantajoso.

Escreve também que os sobrevivencialistas são pessoas que já analisaram os imprevistos mais prováveis e se preparam para os mesmos. Quantas pessoas julga que fazem mesmo isso?

Estou em crer que um bom número de pessoas já avaliaram as probabilidades; o grupo dos anti-nuclear por exemplo, acham que há uma grande probabilidade de ocorrer uma guerra nuclear. Muitos sobrevivencialistas pensam o mesmo. Mas o movimento anti-nuclear deposita demasiada fé no governo. Parece-me ser em boa parte uma idiotice ter demasiada fé no nosso próprio governo, e ainda mais julgar que os soviéticos se irão desarmar ou aceitar qualquer outra desvantagem militar. Mas voltando à sua pergunta, creio que poucas pessoas se estarão a preparar a sério.

E quanto aos outros - os que não se preparam? Vamos apodá-los de quê?

A etiqueta que tento aplicar-lhes é a de "preguiçosos". Muitos deles ficam satisfeitos em sentar-se a ver televisão, o que é extremamente passivo. Talvez "passivos" seja uma etiqueta mais adequada. Acredito que os sobrevivencialistas participam no seu próprio futuro. Os restantes não têm lá grande interesse em preparar-se ou podem, na realidade, já ter desistido e acreditar que não têm qualquer futuro. Na verdade não tenho qualquer problema com essas pessoas. Não vou subir a um caixote e discursar que a sua filosofia [de vida] está errada. Opero com base na perspectiva de que tudo sempre teve a ver com a sobrevivência dos mais aptos e de que os mais aptos são aqueles que se preparam e tentam concretizar os seus objectivos com entusiasmo. Por definição, os sobrevivencialistas serão sempre os mais aptos.

Porque quer viver durante e depois de uma crise?

Suponho que tenho uma grande sede de vida [...].

Publicado originalmente em 1983 na Paladin Press Magazine, esta tradução foi efectuada por Flávio Gonçalves e deixou de fora algumas perguntas que não conseguimos obter. Caso nos queira auxiliar a traduzir e produzir mais conteúdos, por favor consulte o nosso Patreon. Esta tradução pode ser livremente reproduzida desde que incluam uma menção à prontidaoesobrevivencia.com e não omitam o nome do tradutor.

terça-feira, 26 de abril de 2022

Os conhecimentos de Helen e Scott Nearing


Tradução de The Wisdom of Helen and Scott Nearing, © Mother Earth News | traduzido sob expressa autorização.

Como já várias vezes referimos nestas páginas, a Helen e o Scott Nearing estão anos luz à nossa frente no que diz respeito ao regresso à terra e a viver uma vida de simplicidade voluntária. E é normal que assim seja, uma vez que começaram com uma quinta degradada nas Green Mountains do Vermont há já muito tempo, no Outono de 1932.

A vida era boa para os Nearing naquela mini-quinta... até as encostas em redor deles começarem a eclodir com resorts de ski nos primórdios dos anos 50, obrigando Helen e Scott a mudarem-se para uma enseada rochosa na costa do Maine e a começar tudo de novo.

E é aí que encontramos actualmente os Nearing: ainda a limpar monda, ainda a construir honestas casas de pedra (a Helen e o Scott são famosos pelas suas casas de pedra), e ainda a plantar a maior parte da sua dieta vegetariana eles mesmos em jardins holísticos inacreditavelmente produtivos... como têm feito há já 50 anos.

Naturalmente (de várias formas), os Nearing aprenderam algumas coisas acerca de vida de quinta e regressar ao básico ao longo dos anos. E, para sorte de todos nós, concordaram em partilhar algum do seu conhecimento com os leitores da Mother Earth News numa coluna de perguntas e respostas. Não contem com respostas personalizadas às vossas questões. As questões mais frequentes serão aqui - e só aqui respondidas - onde todos podemos ler o que os Nearing têm a dizer.

P: Limpei 1,5 hectares de amieiros dos meus jardins, mas agora tenho de lidar com a tarefa de retirar os troncos que estão bem enraizados. Há como me livrar deles sem ter de utilizar maquinaria pesada? Já vi escavadoras a trabalhar e dão cabo do solo.

R: Há coisa de uns vinte anos, tivemos o mesmo problema que aqui descreve: um pedaço de terra repleto de árvores e troncos de arbustos. Limitamo-nos a cortar o lote todo encostado ao chão e depois cobrimos tudo com muita palha podre. Passados alguns anos, os troncos apodreceram por completo e a terra ficou limpa. Esta técnica é uma alternativa às escavadoras, e deste modo prepara-se uma terra crua para uma bela plantação de mirtilos. Encontrará uma descrição pormenorizada de como o fizemos no Capítulo 8 do nosso livro, Continuing the Good Life.

P: Qual a vossa opinião acerca das "ervas" medicinais, como os chás medicinais? Caso façam uso deles, quais os vossos favoritos?

R: Utilizamos raiz de consólida esmagada como cataplasma em feridas e manchas na pele, e o sumo das folhas de aloe vera com o mesmo propósito. Bebemos chás de camomila, cavalinha e frutos de roseira brava pelas suas propriedades benéficas.

A nossa amiga Juliette de Bairacli Levy, no seu Herbal Handbook for Everyone, cobre o assunto em grande detalhe. Infelizmente, o livro esgotou, mas - caso consiga encontrar algum exemplar numa biblioteca ou alfarrabista - estamos certos de que o achará de grande utilidade (bem como outros volumes da autoria da Juliette).

P: Fiquei a conhecer-vos graças aos artigos na Mother Earth News, livros e passa palavra. Gostava mesmo de trabalhar convosco... pois quero aprender imenso acerca da jardinagem orgânica, com pouca tecnologia.

No passado, fui aprendiz em Sonnewald com os LeFevers, que foram extremamente úteis aos muitos que foram ter com eles. Contudo, comprendi que - naquela situação - o processo de aprendizagem tinha de ser frequentemente interrompido para deixar que outros também participassem no mesmo projecto por algum tempo.

Claro, não faço ideia de precisam de ajuda. Se não precisarem, talvez me possam indicar outros jardineiros da Costa Leste que queiram aprendizes. Adoro trabalhar no duro e seria um ajudante bem motivado.

R: Depois de milhares de pessoas nos aparecerem todos os anos a querer aprender ou "ajudar"... tivemos de publicar uma carta formal que dizia algo como isto: "ficamos satisfeitos pelo vosso interesse no nosso modo de vida. Desde a publicação do nosso livro Living the Good Life [Viver a Boa Vida], centenas têm perguntado se podem visitar a nossa quinta durante o Verão, um mês, uma semana, um dia ou uma hora. Teríamos muito gosto em vos receber a todos, mas isto cria-nos problemas. Caso tenhas de abandonar o nosso modo de vida quinteiro autossuficiente para criar uma escola, uma cada de hóspedes, um restaurante - ou qualquer tipo de instituição - estaríamos a abdicar da nossa boa vida e a começar um negócio! 

Preferimos continuar a viver a nossa vida simples de quinteiros, utilizando o tempo livre para escrevermos... o que fazemos durante as manhãs. Podemos receber visitas - por marcação - entre as 15:00 e as 17:00 da tarde, mas as nossas manhãs são só nossas.

Lamentamos não ser mais acolhedores, mas demasiados visitantes iriam manter-nos afastados do trabalho necessário e constante de vários livros novos, os quais estamos determinados a completar. Agradecemos a vossa consideração em deixar-nos continuar a viver a boa vida."

Publicado originalmente na edição de Jan/Fev de 1980 da Mother Earth News, esta tradução foi efectuada por Flávio Gonçalves e deixou de fora algumas perguntas que consideramos irrelevantes, mas que podem ser consultadas no original em língua inglesa. Caso nos queira auxiliar a traduzir e produzir mais conteúdos, por favor consulte o nosso Patreon. Esta tradução foi devidamente autorizada pelos detentores dos direitos de autor e pode ser livremente reproduzida desde que incluam uma ligação à versão original e não omitam o nome do tradutor.

Foto: Walden Woods Project’s Thoreau Institute Library

sábado, 12 de março de 2022

Primeiro número da revista "Prontidão & Sobrevivência" já disponível


timing aparentemente não podia ser melhor, o nosso primeiro número chegou finalmente da gráfica este mês, já estamos a aceitar encomendas pelo prontidaoesobrevivencia@gmail.com. 9€ já com portes em venda directa, estará nas livrarias (uma dezena de pontos de venda, além de Wook e site da Bertrand) a 9,54€. São 96 páginas em formato National Geographic, miolo ilustrado a preto e branco, pagamento por PayPal ou transferência bancária, os dados serão fornecidos em resposta ao email.



segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

John Shuttleworth: Director e Editor da Mother Earth News

Entramos em 2022 inaugurando a nova secção Entrevistas Históricas traduzindo a primeira entrevista do Plowboy - nome genérico utilizado pela redacção da Mother Earth News para assinar as suas entrevistas - com John Shuttleworth, fundador da revista pioneira do sobrevivencialismo e da autossuficiência dos EUA unindo várias gerações de sobrevivencialistas, revista essa que assinalou o seu 50º aniversário em 2020 e é uma grande inspiração para a Prontidão & Sobrevivência.

John e Jane Shuttleworth

sábado, 2 de outubro de 2021

Passamos três dias numa comunidade alternativa


É verdade, as comunidades alternativas estão a crescer como cogumelos em Portugal e não resistimos a ir dar uma espreitadela a uma delas algures no Ribatejo, distrito de Santarém, para vermos quão viável e confortável pode ser o modelo que queremos aplicar na quintinha que compramos no mesmo distrito. Durante três dias e duas noites vivemos numa mini-autocaravana, utilizamos latrinas secas e reciclamos toda a água.

sábado, 25 de setembro de 2021

As várias vagas do sobrevivencialismo


O sobrevivencialismo não surge por criação espontânea no século XXI, na prática resume-se ao estilo de vida dos nossos antepassados, mas adoptado de modo consciente e racional como estilo de vida, ou passatempo, que nos permite fazer frente a qualquer imprevisto ou, levado ao seu extremo, de modo livre e auto-sustentado. Resumimos em seguida aquilo que consideramos terem sido as primeiras QUATRO vagas do sobrevivencialismo ao longo da História, ou seja quando este foi popular ao ponto de se tornar em fenómeno de massas.