quinta-feira, 8 de julho de 2021

Motivos racionais pelos quais devia estar preparado


Tradução de Rational reasons why you should be prepared, © The Prepared | traduzido sob expressa autorização.

Parece estúpido ter que o soletrar, mas tem que ser dito: qualquer pessoa, sendo irrelevante a sua orientação política, idade ou localização, beneficia em estar razoavelmente preparada para emergências.

Deve estar preparado. A sua esposa, filhos, pais, vizinhos e amigos devem estar preparados. Liberais, conservadores, apreciadores de armas, vegans, jovens adultos a partilhar o seu primeiro dormitório, mães trabalhadoras, pais do futebol e avós que vivem no campo - toda a gente deve estar preparada. 

"Prontidão" não é um palavrão. A prontidão não se limita aos estereótipos com chapéu de folha de alumínio que a os produtores exibem na TV. A esmagadora maioria dos sobrevivencialistas são racionais e oriundos de todo o espectro social.

Muitos sobrevivencialistas são extremamente inteligentes e bem-sucedidos - ao ponto de alguns deles terem direito a um assento na primeira fila junto dos poderes que estão a tornar as coisas piores no nosso mundo, e tal levou-os a agir e a prepararem-se

Este é o melhor dos tempos para se estar vivo, e a vida é de um modo geral boa para a maior parte das pessoas no mundo desenvolvido. Mas os confortos da vida moderna são uma mera improbabilidade no grande esquema da nossa História, e muitos especialistas julgam que já atingimos o seu máximo apogeu.

Tomamos tudo isto por certo e partimos do pressuposto de que iria continuar, o que cria um calcanhar de Aquiles que deixa milhares de milhões de pessoas à mercê de sistemas instáveis. Milhares de milhões de pessoas são incapazes de fazer coisas tão simples como acender uma fogueira ou tapar uma ferida.

Vivemos num mundo imprevisível e este aparenta estar a ficar cada vez pior. Dito de outra forma, o nosso período de lua de mel ao longo das últimas décadas está provavelmente a terminar. O nosso planeta está a mudar, causando desastres naturais cada vez mais frequentes e graves. Os princípios fundamentais da economia e o significado do trabalho e da vida estão a alterar-se de maneiras nunca antes vistas pela humanidade.

Em ambos os exemplos, as nossas instituições e governos estão falidas e não estão a saber lidar com os problemas - e embora provavelmente fique tudo bem no final, até lá chegarmos será um processo muito moroso e doloroso.

As pessoas gostam de se preparar por várias razões. Para alguns, faz parte da responsabilidade do nosso direito à demanda pela vida, liberdade e felicidade. Muitos pais julgam que tal faz parte do seu trabalho.

Outros sentem-se altruístas, e faz parte do seu dever estarem preparados de modo a não serem um fardo para a sua comunidade ao precisarem de ajuda, e de modo a poderem estar preparados a auxiliar os seus vizinhos se necessário.

Mas preparar-se é também divertido e recompensador. Passa tempo activo e no exterior, a aprender novas habilidades que o podem auxiliar em todos os aspectos da vida, desafiando o seu cérebro a pensar em cenários interessantes (e até em coisas mais profundas como o que significa ser um humano independente).

Em qualquer dos casos, ficará com a paz de espírito de saber que está preparado e que não será uma vítima indefesa. Dado o caso infeliz de algo realmente acontecer, mesmo umas parcas centenas de euros em mantimentos de prontidão de emergência podem fazer toda a diferença tanto para si como para os que lhe são mais próximos.

Se este artigo não o convencer a preparar-se, nada o fará.

As 10.000 palavras deste guia, e as incontáveis horas de experiência e investigação que acarretou, são para o convencer de uma conclusão profunda, capaz de lhe mudar a vida:

Há uma tonelada de possíveis emergências muito sérias e bem reais, e é provável que passe por uma ao longo da vida. Provavelmente mais. Os especialistas mais sabidos e racionais do mundo estão a chegar à mesma conclusão - os próximos 100 anos vão provavelmente ser horríveis. 

As provas são arrebatadoras tanto na sua clareza como na sua forma - ao ponto de serem assustadoras. É impossível documentar todos os cenários com que poderá ter que lidar nem o que o futuro trará.

Este guia é só uma amostra da nossa tentativa de lhe apresentar razões racionais e documentadas pelas quais se deve preparar. Quando estiver disposto, será fácil começar a preparar-se. 

Acabem com o estigma: os sobrevivencialistas não são ermitas loucos da floresta

Quisemos alertar já para isto, pois algumas pessoas têm visões estereotipadas incorrectas e obsoletas acerca dos sobrevivencialistas: estar preparado não é sintoma de paranóia nem de políticas radicais. 

A maior parte dos estereótipos têm algum grau de verdade. Quando os "sobrevivencialistas" se tornaram pela primeira vez numa comunidade identificável, muitos dos principais bloggers e personalidades televisivas iniciais eram oriundas de um espectro político profundamente ligado à direita alternativa e às zonas rurais do país. E, sim, alguns tinham pontos de vista e preparações bastante extremistas.

Em praticamente todos os temas há que ter em conta que o modelo de negócio da comunicação social é atrair a atenção, e não liderar uma demanda pela verdade - não é o mesmo que dizer que "a comunicação social mente", mas a motivação desta é relevante. Como tal os produtores televisivos adoraram mostrar o eremita louco com quatro armas na mão a falar acerca de torres de controlo mental da CIA. Isso representa tanto os sobrevivencialistas como as Kardashians representam a Califórnia.

Mas o sobrevivencialismo é agora muito mais convencional, e até esses estereótipos estão errados. Mesmo já em 2013, jornais como o The New York Times e o Jezebel já falavam dos "Sobrevivencialistas da Porta ao Lado" e de como "Terá Inveja da Moça Sobrevivencialista Local Quando a MBNV."

Prepare-se porque não consegue prever o que irá acontecer

Mesmo quando estamos cientes do que irá acontecer no futuro, como humanos somos péssimos a preparar-nos para o mesmo.

Sabemos que vamos morrer, mas muitos evitam redigir um testamento. Sabemos que em determinada altura vamos ter que deixar de trabalhar, mas muitos evitam poupar para a reforma. Sabemos que comer aquela pizza inteira esta noite é má ideia, mas foi o que fiz e muitos fazem-no à mesma.

Por vezes é por não querermos pensar nem "aceitar" que coisas más possam acontecer. A ignorância pode ser uma bênção (até nos morder o rabo). 

Outras vezes é por o intervalo de tempo entre a altura em que fazemos o investimento e o de termos o seu retorno ser demasiado longo. Ou protelamos, a vida atrapalha-nos, julgamos ser jovens e invulneráveis, e por aí fora.

Não importa quão optimista possa ser ou o quanto acredite na bondade das outras pessoas ou do governo. Os humanos são criaturas complicadas, falíveis, e sistemas constituídos por humanos são ainda mais falíveis (como o governo). Até mesmo um planeta cheio de pessoas simpáticas e optimistas continuará a ter tempestades e acidentes de viação.

Demasiados sobrevivencialistas centram-se num aspecto restrito dos maiores receios da MBNV, como uma guerra ou um colapso súbito. Parte do nosso Mantra do Sobrevivencialista Lúcido é o de não conseguirmos prever o que poderá acontecer, portanto o objectivo é adaptar os esforços de preparação ao leque de cenários com que poderá ter que lidar com base na probabilidade de cada um.

A História recente pode ter sido mero acaso feliz

Os humanos andam por aí há mais de 25.000 anos. Só nos últimos 150 anos é que a vida se tornou razoavelmente confortável e só nos últimos 75 anos é que conseguimos ter todas as necessidades básicas asseguradas sendo uma pessoa vulgar. Hoje em dia uma pessoa de classe média vive como viviam os mais abastados 1% há um mero século.

Portanto, no grande esquema das coisas, as últimas décadas foram invulgares.

Mesmo que reduzamos a cronologia aos últimos 2.000 anos, existem imensos exemplos nos quais a humanidade melhorou, mas depois voltou a declinar. Por exemplo, fomos das democracias grega e romana e do Iluminismo para a Idade das Trevas medieval. 

Isto é importante porque normalmente os humanos são mesmo más nisto de se deixar enganar por falsos padrões. Estamos vivos há 20-70 anos e esses 20-70 anos alinham-se precisamente com este período invulgar e fabuloso da História.

Esta ignorância quanto à História faz com que muitas pessoas julguem que as coisas não podem piorar – afinal, as coisas melhoraram sempre ao longo da sua vida.

Acaso feliz vs. progresso sustentável

Esperamos sinceramente que os aprimoramentos do mundo moderno quanto aos nossos padrões de vida sejam sustentáveis, mas cautela com o viés do sobrevivente – lá porque as coisas “sempre se resolveram” ao longo da nossa vida tal não significa que vá ser sempre assim.

Quando ouvimos os especialistas, como economistas, tecnólogos, investigadores, políticos, historiadores e por aí fora, estes realçam que muito do progresso efectuado ao longo das últimas décadas não é sustentável.

Tal como construir uma casa em cima de um terreno pantanoso com uma hipoteca que não conseguimos pagar, construímos o progresso das últimas décadas em cima de empréstimos dúbios e péssimas fundações.

As dívidas, como as hipotecas e os empréstimos estudantis, são um bom exemplo. Uma dívida é algo bom quando ajuda as pessoas a comprarem uma casa ou a obter uma licenciatura quando a economia está a crescer. O problema é quando esta deixa de crescer e há toda esta dívida por pagar. Por isso quando ouvir frases como “o novo normal” no que toca à lentidão do crescimento económico, fique preocupado. 

Para manter a economia a crescer, deslocamos o desenvolvimento para países emergentes como a China onde a mão-de-obra era barata e as regulações escassas – como a protecção do ambiente. Razão pela qual a China cresceu rapidamente, mas nesse processo destruiu o seu ar e a sua água.

Tal deu-nos um impulso temporário na compra de produtos baratos ao mesmo tempo que o nosso ordenado estagnava. Mas estamos a ficar sem opções lá, também. Só existem umas quantas Chinas no mundo, e até mesmo a China começa a debater-se com estes problemas e a dar prioridade à sustentabilidade em vez dos objectivos a curto prazo.

Questione-se com esta dúvida instintiva: as coisas estão mesmo melhor agora do que estavam há 20 anos?

Só 37% dos americanos julgam que os seus filhos vão ter uma vida melhor que a sua. Esse número era quase o dobro há uma década. Quando o dividimos por gerações, só 20% dos Millennials acham que irão viver melhor que os seus pais, quando comparado com 67$ dos Baby Boomers.

Se as coisas estão realmente a melhorar, estes números não deviam ir em sentido contrário? Não pode ser tudo culpa das notícias falsas e do fomento do medo.

Desastres súbitos vs. declínio gradual

É mais fácil pensar nos desastres súbitos – a grande tempestade, um ataque nuclear súbito ou o quer que seja que nos altere da vida normal para uma ruptura total numa questão de minutos ou dias.

De certo modo é mais fácil planearmos para esses eventos súbitos. Temos a nossa mochila de fuga, o nosso retiro planeado, uma reserva de comida, etc. Estamos prontos para lidar com a histeria súbita. 

Mas e no que toca ao declínio gradual? Muitas pessoas descuidam a importância de nos prepararmos para esses cenários tipo “rã em água quente”. 

Por exemplo, pode querer mudar-se para fora da rede para estar preparado caso a Coreia do Norte atacar. Mas essa mesma preparação irá beneficiá-lo se o custo da energia aumentar 20% por ano ou a infra-estrutura da rede fique em tão más condições ao ponto dos apagões se tornarem frequentes.

A nossa investigação demonstrou que, para uma pessoa comum, a probabilidade de um desastre súbito, a probabilidade de um declínio relevante nos sistemas em redor dela (como abastecimento de comida e água) ou emergências pessoais como o desemprego súbito e de longa duração, é quase a mesma. 

Por vezes uma temática, como inundações, pode ser tanto súbita como gradual. Se viver nas proximidades da linha costeira, as tempestades e as alterações climáticas causam o risco bem real de uma cheia súbita e de uma erosão gradual da costa, que resulta em desastre económico (os preços das casas afundam) e de mobilidade (para onde vão agora todas essas pessoas?).

Admitimos estar a especular de modo informado. Pois devido às poucas décadas de relativa paz e prosperidade – e ao varrer dos custos inerentes destas para baixo do tapete – as pessoas supõem que as coisas estão a melhorar. Uma vez que estamos a olhar para o futuro em vez de nos limitarmos a utilizar dados históricos, estamos a coligir estimativas e previsões oriundas de vários especialistas e grupos de estudo.

É razoável olhar para os eventos mais recentes como exemplo dos tipos de declínio lento com que provavelmente teremos que lidar. Alguns exemplos:

- Tempo pior de um modo geral. A maior parte das áreas do planeta estão ano após ano a testemunhar alterações no seu clima. Mais calor, mais frio, mais cheias, menos chuva, etc. 

- Água. Os problemas recentes em Flint, no Michigan, e Austin, no Texas, são exemplos perfeitos de milhares de pessoas que ficaram sem acesso fiável a água limpa.

- Comida. A industrialização do nosso sistema alimentar está literalmente a matar-nos. As modas mais recentes em torno da comida local e orgânica bem como os avanços em tecnologia como a do plantio doméstico são óptimas. Mas podem ocorrer situações nas quais o abastecimento local de comida esteja contaminado, a comida voa das prateleiras devido em situações de emergência, as colheitas e o gado decaem subitamente devido ao clima errático ou a escassez de água, etc.

- O declínio das bases de uma sociedade livre. Entre a erosão da neutralidade da Internet, a intrusão da espionagem governamental, os impasses em Washington e uma base eleitoral mal informada, podemos dar connosco sem os preceitos base para uma sociedade livre e próspera.

- Economia pós-trabalho. Muitos argumentam que já entramos nesta fase, mas ainda é demasiado cedo ao ponto da maior parte das pessoas nem terem a perspicácia de saber que está a acontecer. Está cada vez mais difícil para uma pessoa comum trabalhar e conseguir um rendimento justo que lhe providencie a qualidade de vida da classe média. À medida que essa engrenagem outrora fiável começar a falhar, haverá um declínio gradual dos ordenados e altos níveis de desemprego/subemprego crónicos. 

Emergências locais vs. catástrofes amplas

Tal como uma emergência pode acontecer súbita ou lentamente, pode também ocorrer uma catástrofe de larga escala ou que o afecte só a si.

É fácil pensar nos desastres grandes como o colapso social, mas não podemos ignorar os problemas locais que podem afectar a nossa cidade, vizinhança ou até só a sua casa ou a de alguém da sua família.

Não nos preparamos só para os grandes desastres de MBNV, mas para acidentes de viação pelos quais passamos depois do trabalho a caminho de casa, ou no caso de um dos nossos vizinhos ter um incêndio em casa. Preparamo-nos para que a nossa família não sofra caso percamos o trabalho e fiquemos desempregados durante um ano.

Em menos de 100 anos perdemos 250.000 anos de habilidades

Durante 250.000 anos os humanos tiveram que aprender e aplicar maneira de sobreviver. Fogo, ferramentas, armas, medicina, abrigos, caçar, pescar, navegar, estruturas sociais e por aí fora. 

Mesmo há 100 anos, a maior parte das pessoas tinha conhecimento suficiente acerca das coisas mais básicas para a sobrevivência em caso de uma emergência ou fora da rede. Os vossos avós provavelmente sabiam cozinhar de raiz, acender uma fogueira, limpar um peixe ou remendar vestuário danificado. Consegue fazer isso?

Por exemplo, uma sondagem de 2017 acerca de habilidades de sobrevivência descobriu que as pessoas nascidas antes de 1950 eram três vezes mais capazes de desempenhar coisas simples como o de atar um ‘nó de sobrevivência’.  

Um estudo recente levado a cabo pela Cabela descobriu que 53% dos adultos americanos não tem comida não perecível em casa nem água sequer para três dias. Mais de 80% não sabe como obter comida e água na natureza. 

Situações do dia-a-dia para as quais se pode preparar

É fácil pensar numa lista de emergências comuns e realistas com as quais podemos ter que lidar: 

- Acidente automóvel. Avarias. Ficar preso na neve. 

- Algum problema médico. Acidentes vasculares cerebrais. Ataques cardíacos. Ossos partidos. Queimaduras. 

- Violência doméstica. Ataques. Violações. Porrada. 

- Assaltos. Roubos. Roubo de carros. 

- Invasões de domicílio. 

- Incêndios. Canalização congelada. Animais de grande dimensão no jardim. 

- A electricidade falhar. 

- Ficar preso no elevador. 

- Perder-se durante uma caminhada no campo. 

Vamos focar-nos nos acidentes automóveis como exemplo. As companhias de seguros partem do pressuposto de que uma pessoa comum terá uma colisão uma vez a cada 17,9 anos.

De acordo com os dados mais recentes por ano (2015) para os EUA que inclui estradas privadas, faleceram vítimas de acidente automóvel 38.300 pessoas e outras 4.400.000 ficaram feridas ou inválidas. Os números do governo são mais baixos com 25.000 mortos e 2.440.000 feridos, por isso analisemos a média.

Com uma ppulação de 321 milhões tal significa que ~1% das pessoas foram feridas ou mortas por um carro. Se conhecer 100 pessoas e nenhuma delas se tiver magoado o ano passado, então tiveram todos sorte.

Vamos supor que em média um acidente é testemunhado por três adultos que ou o viram ou estavam por perto imediatamente a seguir. São três pessoas que podiam responder a essa emergência.

Foram reportados à polícia 6,3 milhões de acidentes, o que nos ajuda a ignorar os pequenos amassos de pára-choques. As fatalidades ocorreram de igual modo tanto em ambiente rural como urbano, por isso vamos supor o mesmo para o número total de acidentes. Tal significa que 18 milhões de pessoas testemunharam um acidente automóvel o ano passado, ou cerca de 5% da população. 

São números bastante reais, muito tangíveis, que demonstram quão provável será testemunhar um acidente automóvel. Sim, esses números irão reduzir com a condução automatizada. Mas mesmo daqui a uma década continuará a ser um problema grave, e é só um exemplo dos tipos de emergências comuns pelas quais as pessoas passam todos os dias.

Um bom sobrevivencialista tem uma “mochila para chegar a casa”, o complemento espelhado da tradicional “mochila de fuga”. Uma mochila para chegar a casa é algo que mantemos no porta-bagagens do carro, no nosso local de trabalho, etc. – onde quer que faça sentido ter fora de casa, caso aconteça algo no 50% de tempo que não estamos em casa tenhas alguns bens essenciais.

Essas mochilas de regresso a casa não são úteis só se os zombies escaparem enquanto estamos sentados no nosso cubículo, mas se por acaso estivermos a ir para casa e virmos um acidente.

Ao estar preparado, tanto em termos mentais como de equipamento, pode providenciar assistência básica em vez de abrandar para olhar e instagrammar o acidente. Pode ser um bom cidadão, preparado.

Estar preparado pode ser útil em procedimentos legais criminais e civis – se estiver mentalmente focado e souber para onde olhar em vez de ser um cidadão normal a passar-se, a sua credibilidade acresce.

Desastres naturais e alterações climáticas

A mãe Natureza pode ser bem mazinha e não discrimina. Os desastres naturais são uma das emergências ‘grandes’ mais prováveis de nos acontecer, e mesmo que mais nada nesta página fosse verdade, mesmo assim seria razoável preparar-se tendo em vista o clima. 

Os desastres naturais normalmente são súbitos, afectam um grande número de pessoas e sobrecarregam o sistema. A sua melhor aposta é estar auto-preparado. 

A definição oficial da Organização Mundial da Saúde indica: “um desastre natural é um acto de tal magnitude da Natureza ao ponto de criar uma situação catastrófica na qual os padrões de vida do dia-a-dia sejam subitamente interrompidos e as pessoas sejam remetidas ao desamparo e ao sofrimento, necessitando, como resultado, de comida, roupa, abrigo, apoio e cuidados médicos e outras necessidades da vida.”

Reparem em palavras como a interrupção súbita da vida e a necessidade de comida e água.



Via o Centro para a Investigação da Epidemiologia dos Desastres

Utilizando os dados de desastres nos últimos 20 anos de organizações como a Cruz Vermelha, Nações Unidas e Organização Mundial da Saúde, todos os anos os desastres naturais causam uma média de 85.000 mortos e 189.000.000 pessoas deslocadas ou afectadas.

O principal desastre natural são as cheias, atestando por 43% de todos os desastres e 55% do total das pessoas afectadas. São cerca de 2,5 mil milhões de pessoas ao longo dos últimos dez anos. Uma única cheia nos EUA a 9 de Junho de 2008 afectou 11 milhões de pessoas.

É um erro pensar que os desastres naturais só causam problemas graves em países pobres. Os EUA e a China estão no topo da lista do número de desastres por país, muito devido à sua enorme dimensão e população.

Sim, os países do segundo e terceiro mundo são desproporcionalmente afectados – sofrem 44% dos desastres, mas padecem com 68% das mortes.

Mas os países do primeiro mundo contabilizam 56% dos desastres e 32% dos óbitos. 92% das mortes causadas por ondas de calor ocorreram em países com altos rendimentos. 

Vejamos só os EUA:

- Em 2016 as companhias de seguros pagaram 23,8 mil milhões em danos causados por desastres naturais.

- 30 milhões de americanos residem dentro da zona de perigo de um vulcão.

- 9,7 milhões vive em zonas de cheias frequentes. As cheias são os desastres natais mais letais para os americanos.

- 17 milhões vivem em zonas de tornados. Existem ~1.000 tornados por ano, dos quais cerca de 25 severos. Danificam em média 49.500 casas e ferem 1.500 pessoas todos os anos.

- 485.000 incêndios de grande dimensão matam ~3.500 e ferem ~16.000 americanos todos os anos, causando 12 mil milhões em danos e 6 milhões de hectares queimados.

As alterações climáticas estão a tornar tudo muito pior

Os alarmes ressoam bem alto. Os desastres naturais já são suficientemente maus, mas as alterações climáticas em cima de outros factores como o aumento da densidade populacional está a criar uma formulação bem nefasta.


Já temos visto esta tendência nos últimos 20-30 anos. Por exemplo:

- O número de desastres nos EUA que causam mais de mil milhões de danos triplicaram desde 1980 (ajustada a inflação).

- Os 10 anos mais quentes da História foram todos desde 1998.

- Quando comparado com os anos 80, os desastres relacionados com o clima mais do que duplicaram.

- Enquanto que coisas como terramotos e vulcões tenham sido consistentes ao longo das últimas décadas, mais desastres dependentes do clima como cheias e tempestades aumentaram 44% nos anos pós 2000 quando comparados com os anos 90.

- O número de incêndios selvagens duplicou desde 1980.

- Ecossistemas importantes já estão a secar, como habitats oceânicos que nos providenciam comida. A Grande Barreira de Coral foi proclamada morta aos 25 milhões de anos. A CNN dedicou-lhe recentemente uma boa série de vídeos.

Esta tendência vai continuar a acelerar no sentido contrário.

Por exemplo, a NASA afirma que o nível do mar está a subir mais depressa do que o esperado, e agora estamos “encalhados” numa subida de pelo menos 76,2 cm nas próximas décadas.


55% dos americanos vivem perto da costa – são cerca de 170 milhões de pessoas. Esperam-se que 670 comunidades costeiras sejam arrasadas pelo aumento do nível do mar no tempo de vida dos nossos filhos, de acordo com o “mau” desfecho das projecções do modelo científico apresentado na cimeira climática de Paris.

Cidades como Miami, Oakland e quatro dos cinco distritos da cidade de Nova Iorque irão desaparecer.


É assim que Charleston, na Carolina do Sul, ficará no tempo de vida dos nossos filhos.

A FEMA estima que existam quase 1.000.000 lares a 150 metros da linha costeira. As estimativas indicam que em média o nível do mar irá subir 85cm até 2100 e quase 30cm nos próximos 20 anos.

O aumento do nível do mar e uma subida das cheias nas planícies são alguns dos mesmos efeitos das alterações climáticas. Pensem no efeito de ondas de calor, secas, escassez de água e comida, tempestades de poeira, trovoadas, furações e outras cada vez mais frequentes.


via NIFC e wildfiretoday.com

Um estudo recente determinou que as alterações climáticas causadas pelo homem são a razão pela qual os fogos selvagens duplicaram desde 1980 e o número total de hectares queimados subiu 400% - mesmo tendo a nossa tecnologia e capacidade de combate a fogos melhorado ao longo dos anos.

A média das temperaturas em áreas florestais do Ocidente aumentaram cerca de 2,5 graus desde 1970, e espera-se que continuem a aumentar. O consequente resultado de secagem contribui para fogos cada vez mais frequentes e perigosos.

Outro exemplo de como estas peças climáticas interconectadas irão alterar drasticamente as nossas vidas são os animais e colheitas das quais dependemos para nos alimentar. Os cientistas acreditam que entramos no sexto evento de extinção em massa da Terra, no qual 75% de todas as espécies irá desaparecer no tempo de vida dos nossos filhos.

O resultado serão danos avassaladores para uma tonelada de gente, as suas casas e a nossa economia. 

Sobreviver aos desastres é uma coisa – temos também que considerar as repercussões. O que acontece quando os preços das casas caírem a pique? Ou quando todas aquelas economias se evaporarem? Para onde vão as pessoas? Como vão viver?

Riscos tecnológicos como a Inteligência Artificial e CRISPR

Filmes como o Exterminador Implacável e Matrix são fáceis de descartar como ficção científica improvável. Mas ouçamos os especialistas mais inteligentes do mundo, muitos dos quais estão legitimamente preocupados com os efeitos da tecnologia em que já estamos a trabalhar.

Não se trata do tipo de receios “os humanos não foram feitos para voar em aviões!” normais dos luditas. Sim, as pessoas no passado preocuparam-se frequentemente que as novas tecnologias resultassem em ruína certa, mas tal nunca aconteceu.

Mas até à data nunca tínhamos lidado com novas fronteiras como máquinas conscientes que são infinitamente mais inteligentes, conectadas e capazes do que os humanos. Nunca antes conseguiram algumas pessoas recorrendo a algumas ferramentas básicas de laboratório alterar um embrião humano.

Este receio é racional e tem origem precisamente nas pessoas que estão a inventar essa tecnologia.


O Homem de Ferro do mundo real, Elon Musk, alertou num encontro com os principais políticos da América: “a IA é um risco básico à existência da civilização humana, e creio que as pessoas não estão plenamente cientes disto.”

“O modo normal de como funciona a regulação é um monte de coisas más acontecerem, haver uma reacção pública e, muitos anos depois, criar-se uma entidade reguladora para regulamentar a indústria. Demora uma eternidade. Tal, no passado, já foi mau, mas nunca ao ponto de representar um risco básico à existência da civilização.”


O professor Stephen Hawking: “o desenvolvimento da inteligência artificial plena pode significar o fim da raça humana. Os humanos, limitados pela lenta evolução biológica, não conseguiriam competir e seriam ultrapassados.”


via Oregon Health and Science University

Estamos no limiar de grandes avanços da biotecnologia humana. Um belo exemplo é a CRISPR, a técnica que permite aos cientistas editar o ADN. Levará certamente a grandes avanços médicos e salvará milhões de pessoas de coisas como Parkinson e Alzheimer. 

Mas pode também levar a uma nova forma de luta de classes, ou fazer com que os problemas da sobrepopulação e da demografia se agravem. Em Julho de 2017, foi geneticamente editado o primeiro embrião via CRISPR nos Estados Unidos.

Economias com alterações drásticas, desemprego e o futuro pós-trabalho

A Inteligência Artificial, as máquinas que aprendem, os avanços na robótica e na automação, a mão-de-obra globalizada e a pedido, a impressão 3D, recursos infindamente baratos e abundantes como o poder de computação e memória, o acesso instantâneo a informação livre em qualquer ponto do mundo… tudo isto são maravilhas da tecnologia moderna que nos auxiliam todos os dias. 

Mas estão também a alterar o tecido da nossa economia capitalista, e muitos especialistas receiam que estejamos a acelerar direitos a uma parede de tijolos.


Empreendedores de tecnologias bilionárias como Mark Cuban e Mark Zuckerberg concordam.

“Vão existir muitas pessoas desempregadas substituídas por tecnologia e se não começarmos a lidar com isso já, vamos ter problemas bem graves”, afirmou Cuban numa conferência de negócios em 2017.


Mark Zuckerberg debateu propostas como o Rendimento Básico Universal na sua locução de 2017 em Harvard.

Alan Greenspan, cabeça da Reserva Federal dos EUA nos anos 2000 e um dos economistas mais influentes do mundo, escreveu em 2006 que “a desproporção de rendimentos entre os ricos e a restante população dos EUA tornou-se tão amplo, e cresce tão rapidamente, que pode por si só acabar por ameaçar a estabilidade do próprio capitalismo democrático.”

Para contexto, a economia cresce de maneiras simples:

- Aumento da eficiência. Esmifrar uma maior produtividade por trabalhador ou bem. A agricultura é um bom exemplo. Costumávamos obter 25 alqueires de milho por hectare em 1911. Em 2011 atingimos os 150 alqueires por hectare.

- Redução de custos. A globalização é o exemplo clássico. Porque gastar $500 a construir um sofá quando o podemos fazer num país mais barato por $50 e gastar $40 para o transportarem para os EUA. 

- Criar valor acrescido através de novas invenções e serviços. Produtos novos fabulosos como o iPhone ou os Tesla criam riqueza nova.

Esses são os botões que as empresas e os governos podem pressionar para fazer crescer a economia. Mas temos pressionado bastante esses botões nas últimas décadas e estão a ficar gastos.

Maior eficiência

Os trabalhadores de colarinho branco estão a trabalhar mais horas com um aumento de trabalho condensado nessas horas como nunca antes. Os americanos são os que tiram menos dias de férias de todo o mundo desenvolvido. Espera-se que consultem o seu email à noite e aos fins-de-semana, e a primeira coisa em que pegam de manhã é o seu telemóvel.

Mas atingimos um ponto de ruptura, e não há como esmifrar muita mais água desta pedra. Os humanos estão a transformar-se no elo mais fraco pois querem uma vida boa e ver os seus filhos.

Os robots não têm esses problemas. Não tiram dias de baixa. São muito, muito mais eficientes do que os humanos.

Por exemplo, a inteligência artificial é já 3.000% mais rápida que os doutores humanos a identificar cancros em scans como mamografias – e também com maior taxa de precisão.

Redução de custos

Trabalhar no McDonald’s nunca foi suposto tornar-se numa carreira de classe média – era uma maneira dos adolescentes entrarem no mercado de trabalho.

Mas uma vez que as empresas são incentivadas (por concepção intencional) a cortar nos custos, o ordenado real da maior parte dos trabalhadores comuns manteve-se no mesmo nível, é difícil haver mobilidade para cima, e a diferença de rendimentos aumenta a um ritmo acelerado. E quando os movimentos sociais lutam por coisas como ordenados mínimos de $15, ou não conseguem alcançar o desfecho que desejavam ou as empresas limitam-se a substituir os humanos por robots logo de uma vez.

Do mesmo modo que já não conseguimos esmifrar mais horas de trabalho aos trabalhadores americanos do que as actuais, parece que também já não conseguimos esmifrar mais o ordenado dos trabalhadores sem que o sistema colapse.

A globalização foi outra maneira normal de poupar dinheiro. Razão pela qual empresas que dependem de grande massa laboral se mudaram para sítios como a China, México e Filipinas.

Mas agora esses países desenvolveram-se e as pessoas estão a exigir estilos de vida melhores. Há um número cada vez menor de sítios à volta do mundo nos quais podemos manter os ordenados baixos.

Valor acrescido

A América foi o rei da inovação durante um século. Embora ainda estejamos a ir bem, a nossa liderança está a desvanecer a passos largos – ou já desapareceu por completo em áreas como a edição de genes e o teletransporte quântico. 

Devido à natureza da tecnologia e onde está a ocorrer a inovação, os ganhos vão para um grupo cada vez mais diminuto de empresas e pessoas. As Amazons, Googles e Comcasts estão a comer praticamente todo o valor acrescido. Até o Walmart, outrora o vilão que arruinava os negócios dos americanos, está a digladiar-se agora para sobreviver.


É em parte por isto que em 2015, pela primeira vez na História registada, vimos mais negócios a fechar do que novos negócios a abrir nos EUA. Embora o Silicon Valley ultimamente pareça sensual, na realidade o empreendedorismo americano está a afundar, o que é um problema grave visto que quase todas as vagas de empregos novas são criadas pela abertura de negócios novos.

“Mas mesmo quando novas tecnologias matam empregos, são criados novos empregos para os substituir!”

Sim, tal tem sido verdade ao longo da História. A pessoa que tinha uma vida de classe média a fazer ferraduras conseguia obter uma formação qualquer e fazer pneus para carros. Esse padrão repetiu-se vezes sem conta.

Mas muitos especialistas tecnológicos de relevo têm alertado que esse padrão está a terminar. As coisas agora são diferentes de modos que nunca existiram antes. 



Relatórios oficiais de grupos como o Gabinete das Políticas Para a Ciência e Tecnologia da Casa Branca e PwC estimam que 35-40% dos empregos americanos irão DESAPARECER (não sendo substituídos) até 2030.

Os carros sem condutor são um exemplo perfeito e imediato. Vão tirar o emprego a 3-5 milhões de pessoas na próxima década. Tal constitui 3% da mão-de-obra total dos EUA. A Goldman Sachs estima que todos os meses 25.000 condutores comecem a ficar desempregados muito em breve.

O que vão eles fazer? Não vão existir assim tantos empregos a consertar robots – e ao contrário do ferrador que podia tirar uma formação e começar a consertar pneus, não é provável que os camionistas se tornem todos engenheiros electrónicos e programadores de aprendizagem automática.

Os carros sem condutor “será a cabeça do tsunami da deslocação de empregos. Não é algo a deixar para a próxima geração resolver – vai acontecer já na próxima década. Acho uma irresponsabilidade tremenda que ninguém esteja a fazer planos para isto.” – Andy Stern, ex-presidente do Sindicato Internacional dos Empregados de Prestação de Serviços.

“O camionismo profissional será a cabeça do tsunami da deslocação de empregos. Não é algo a deixar para a próxima geração resolver – vai acontecer já na próxima década. Estamos a falar de milhões de empregos: dos próprios condutores, mas também das pessoas das companhias de seguros, da manutenção, dos restaurantes e hotéis.”

Contudo o principal conselheiro económico de Trump afirmava que “julgo que estamos a 50-100 anos de distância disso. Nem está sequer no meu radar.” Estava 100% errado.


O historiador Yuval Noah Harari escreve acerca da “Classe Inútil” na TED.com, “não é um assunto propriamente novo. As pessoas há muito que receiam que a mecanização causa desemprego em massa. Isto nunca aconteceu, porque à medida que as profissões se tornam obsoletas, surgem novas profissões, e havia sempre alguma coisa que os humanos conseguiam desempenhar melhor do que as máquinas. Contudo esta não é uma lei da Natureza, e nada garante que continue a ser assim no futuro. A ideia de que os humanos terão sempre uma qualquer habilidade fora do alcance de algoritmos não cognitivos é mero optimismo.”

Doença e pânico

Temos dois problemas no que toca a desastres com contágios médicos: a doença, propriamente dita, e o caos causado por esta.

Embora qualquer desastre possa causar pânico, as epidemias têm a tendência de causar muito rapidamente uma quebra na sociedade. Um pequeno exemplo é o ébola em 2014. Foram infectadas apenas 28.000 pessoas, a maior parte em África. Mas as pessoas nos EUA e em muitos países à volta do mundo entraram num pânico desproporcional, fechando as suas fronteiras, mantendo mesmo as suas famílias trancadas em casa.

Imaginem que algo bera como a varíola se espalhasse. As pessoas iam começar a isolar-se. Irromperia violência enquanto as pessoas reuniam mantimentos em cima da hora. Os serviços de emergência e o pessoal médico ficariam em casa. Não é preciso muito para iniciar essa espiral descendente.

As epidemias não são brincadeira. Eis alguns exemplos:

- A Praga de Justiniano em 541 DC matou 11 milhões, metade da população mundial.

- A Peste Negra em 1345-1350 matou 50 milhões. Pode ficar surpreso ao saber que essa peste começou novamente a matar pessoas na América.

- O VIH/SIDA nos anos 60-80 matou 39 milhões.

- A Gripe de Hong Kong em 1968 matou 1 milhão.

- O SARS em 2002-03 infectou 8.100 pessoas em 37 países. 

- O Ébola em 2014 infectou 28.000 pessoas, matou 11.000 e fez com que alguns países encerrassem as fronteiras.

- O Zika em 2015-2017 espalhou-se por 84 países com uma estimativa de 100.000 contágios.

É compreensível estar a pensar que os realmente beras aconteceram há já muito tempo e que a medicina moderna nos irá salvar. Quando o mundo está a funcional ‘normalmente’ é normalmente verdade. Conseguimos reagir e conter algo grande como o SARS e o Ébola antes de se transformarem em catástrofes.

Mas e se aparecer algo novo ou, mais relevante ainda, o mundo deixar de funcionar normalmente?

Alguns dos maiores factores de risco para uma epidemia catastrófica não param de aumentar:

- Densidade populacional;

- Viagens de âmbito mundial;

- Falta de infraestruturas em África e na Ásia;

- Comunicação e pânico instantâneos; 

- Doenças novas e reincidentes com resistência ao tratamento.

A densidade populacional ajuda as doenças a alastrarem mais depressa. No nosso tempo de vida, 70% da população mundial irá viver em cidades densamente povoadas. São mais 2,5 milhares de milhões de pessoas do que actualmente. O número de megacidades triplicou nos últimos 20 anos. Existem actualmente mais de 30 cidades com populações superiores a 10 milhões de pessoas. As projecções da ONU prevêem que existam 40 megacidades até 2030.

O âmbito global das viagens faz com que um surto possa começar na Ásia chegar aos EUA em menos de um dia A comunicação e as notícias sensacionalistas instantâneas significam que o pânico pode espalhar-se ainda mais depressa.

“No mundo só estamos tão seguros quanto o país mais fraco”, diz Jimmy Whitworth, professor de saúde pública internacional na London School of Hygiene & Tropical Medicine (Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres).

Durante a maior parte dos últimos cem anos, progredimos sempre no combate contra a doença. Mas essas maleitas assustadoras estão a começar a dar luta – e em alguns casos, doenças que julgávamos já estarem completamente derrotadas, como a Pólio, estão a regressar em força.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, “a resistência anti-microbial (RAM) é a habilidade de um microorganismo (como uma bactéria vírus e alguns parasitas) conseguir travar um anti-microbial (como antibióticos, antivirais e antimaláricos) de ter algum efeito sobre ele. Como consequência, os tratamentos padrão tornam-se ineficazes, as infecções persistem e podem alastrar a terceiros.”

Todas as grandes agências como a OMS, o Centro Para o Controlo de Doenças dos EUA e a Associação Medicinal Americana estão a fazer ressoar imensos alarmes quanto a este perigo. Sem as ferramentas para combater estas doenças, podemos rapidamente testemunhar outra grande pandemia como a Gripe Espanhola.

O hospital para a Influenza no Campo Funston, Kansas, em 1918. Se está a pensar “esta fotografia é antiga, isto não vai acontecer nos tempos modernos!... pense novamente. A mesma estirpe já reemergiu seis vezes nos últimos dez anos. Via Wikipédia.

Entre 1918-1920, a Gripe Espanhol infectou 500 MILHÕES de pessoas e estima-se que terá matado 75 milhões, 4% da população mundial na altura. Infectou até sítios remotos como o Árctico e as pequenas ilhas do Pacífico.

A BBC relata que as alterações climáticas estão a revelar vírus e bactérias que, em alguns casos, não se manifestavam há um milhão de anos.

Por exemplo, o antraz e a Gripe Espanhola reemergiram recentemente fruto do degelo e do solo do permafrost. Em 2016 pessoas do círculo árctico siberiano começaram a morrer de antraz que apanharam em carcaças antigas de veados. Encontraram mesmo a mesma estirpe de 1918 da Gripe Espanhola em cadáveres encontrados na tundra do Alasca. 

Estas são apenas as doenças que conhecemos. Devido ao aquecimento global, os cientistas estão a começar a descobrir bactérias e vírus que estiveram escondidos no gelo durante milhões de anos. Os nossos corpos e sistemas médicos não têm qualquer defesa caso alguns deles se torne bera. 

Armas biológicas

As armas biológicas são um risco, principalmente se as coisas no mundo piorarem ao ponto de inimigos utilizarem armas tão devastadoras como último recurso.

Algumas armas biológicas podem afectar as pessoas, e outras a nossa economia. Por exemplo, no Reino Unido em 2001, a Febre Aftosa aniquilou 10 milhões de cabeças de gado. Em 2011, um terrorista africano ameaçou transformar essa doença em arma para atacar a indústria agrícola americana.   

O CDC e o Departamento de Estado dos EUA detectaram pelo menos cinco nações belicistas com programas de armas biológicas. A Coreia do Norte, que continua a aperfeiçoar o seu programa de armamento e se torna cada vez mais agressiva para com os EUA, é uma delas. 

Steven Block, professor de Ciências da Biologia em Stanford, alerta: “resumindo, a varíola representa uma ameaça directa ao mundo como um todo. Tentamos dizer que ninguém no seu juízo perfeito alguma vez utilizaria coisas como esta, mas nem toda a gente está no seu juízo perfeito!”

Block realça que embora tenhamos erradicado a varíola no meio selvagem, governos como a Rússia e os EUA mantém-na em stock. Em 1979, a União Soviética libertou acidentalmente antraz numas instalações de testes militares. Portanto estes tipos de acidentes inocentes acontecem.

Mas com as novas tecnologias, pequenos grupos não estatais já conseguem criar estas armas beras nas suas caves.

Bill Gates, que tem gastado a sua fortuna a combater doenças como a malária e a criar infraestruturas para purificar água, avisou os líderes mundiais em Fevereiro de 2017 que o rápido desenvolvimento da tecnologia está a tornar possível que pequenos grupos terroristas engenhem e libertem vírus capazes de matar milhares de milhões.


Gates acredita que quer seja um evento natural ou deliberadamente criado, é extremamente provável que no nosso tempo de vida ocorra uma pandemia global letal.

Alerta Gates, “as epidemias naturais podem ser bastante extensas. As epidemias intencionais, o bioterrorismo, seriam as mais extensas de todas. Com armas nucleares, seria de pensar que provavelmente deixariam de matar após 100 milhões de vítimas. A varíola nunca pára.”

“Uma vez que a população é crédula, e não há quaisquer preparações reais, se se libertasse e se espalhasse, [as mortes] seriam em número ainda maior. O mundo devia preocupar-se com isto? Preocupa-se de certo modo com a guerra clássica e nuclear, mas actualmente não se preocupa lá muito com a biodefesa nem com epidemias naturais.”

Coisas de filmes: asteróides, extraterrestres, zombies e macacos assassinos

A Inteligência Artificial e as alterações climáticas são “filmes catástrofe” que as investigações racionais demonstram serem ameaças reais. Outros cenários como uma invasão extraterrestre são obviamente mais difíceis (ou impossíveis) de prever, e podemos todos concordar que provavelmente não vão acontecer. 

Extraterrestres

Embora seja razoável pensar que “o universo é tão grande que tem que haver vida noutro sítio qualquer”, os cientistas questionam-se porque ainda não vimos quaisquer provas disso.

Há uma teoria popular acerca da vida extraterrestre que reforça todos os pontos que queremos realçar neste artigo, por isso quisemos dar-lhe uma especial atenção.

Peter Ward, um dos paleontologistas que ajudou a descobrir que as anteriores extinções em massa no nosso planeta foram causadas por gases estufa, apoda-o de Grande Filtro.

De acordo com Ward, “as civilizações erguem-se, mas há um filtro ambiental que faz com que morram e desapareçam relativamente depressa. Se olharmos para o planeta Terra, o filtro que tivemos no passado encontra-se nessas extinções em massa. A extinção em massa pela qual estamos a passar começou só agora; por isso ainda há muita morte por vir.”

A resposta mais provável sobre o porquê de nunca termos ouvido nada da parte da vida extraterrestre é por, embora muito provavelmente esta exista ou tenha existido, as civilizações colapsarem antes de se desenvolverem o suficiente ao ponto de nos conseguirem contactar. Talvez acabem com os recursos do seu planeta ou se destruam uns aos outros por via da guerra.

“Tempo espacial”

Em 2013 uma meteoro “relativamente pequeno” embateu na Rússia com uma força de 300.000 toneladas de TNT. Danificou 3.000 edifícios e feriu 1.000 pessoas.


O nosso planeta leva com detritos milhares de vezes todos os dias, mas 99,999% das vezes são demasiado pequenos para fazer mossa. Os objectos que cheguem ao solo com um tamanho superior a 10 metros são considerados os mesmo beras. 

De acordo com o Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, existem cerca de 100 crateras de impacto relevante à volta do mundo. A NASA consegue observar e prever coisas como possíveis choques com meteoros, e com algumas excepções que mantêm debaixo de olho, não têm grandes preocupações para os próximos 50 anos.

As explosões solares na realidade são mais relevantes. Pensamos incluí-las na secção de desastres naturais, mas achamos que a maior parte das pessoas iriam considerá-las como catástrofes cinematográficas.

Um relatório recente da NOAA do Conselho Nacional para a Pesquisa estima uma probabilidade de 12% de termos uma tempestade solar antes de 2020. [NDT – este texto foi originalmente publicado em 2017]

O tempo espacial pode afectar bens electrónicos essenciais em todo o mundo. Uma tempestade em 1989 mandou abaixo uma das maiores redes energéticas do Canadá em menos de 90 segundos, deixando milhões sem energia e causando apagões maciços. 

“Um apagão de longo termo provavelmente causaria, por exemplo, uma interrupção nos transportes, nas comunicações, no sistema bancário e financeiro e nos serviços governamentais; a interrupção do abastecimento de água potável devido à avaria das bombas; e a perda de comida e medicamentos perecíveis por falta de refrigeração”, constava no relatório do CNP.

Conheça melhor o tempo espacial e os tipos de danos que os impulsos electro magnéticos (IEM) podem causar à rede eléctrica. 

Não pode depender do sistema para o salvar

Grandes emergências MBNV já são difíceis de resolver quando o sistema está a funcionar de modo perfeito. Com os sistemas em falha, não podemos depender de todo deste para nos salvar.

Temos aqui dois grandes problemas:

1 - O sistema está quebrado. Não consegue consertar os problemas que precisam de ser consertados, o que faz com que se agravem. (Pensem no clima e na economia).

2 - Quando as coisas piorarem mesmo, como depois de um grande desastre natural ou quando a sociedade estiver a desfazer-se em pânico, o sistema não será tão útil quanto as pessoas julgam que será.

As pessoas de todos os sectores políticos partilham a mesma sensação – a de que os nossos governos e instituições não estão a funcionar minimamente como era suposto. E só está a piorar.

Não importa de que lado estamos em debates legítimos de “como tornamos o acesso a cuidados de saúde acessíveis sem afectar o livre mercado?” ou “ainda devíamos tratar os cuidados de saúde como parte do mercado livre?”

A engrenagem que supostamente devia identificar estes problemas, descobrir a melhor maneira de os resolver e depois implementar as soluções está basicamente avariada.

E bem o devemos saber – alguns dos fundadores do The Prepared trabalham em grandes políticas nos patamares mais superiores do governo federal, a tentar resolver coisas como a reacção em emergências e a reforma do sistema de ensino. 

Já muito foi escrito acerca das profundas divisões políticas na América. É verdade, e estão cada vez piores. Mas a narrativa que lemos na comunicação social não aprofunda as coisas o suficiente nem as coloca em perspectiva para os sobrevivencialistas. 

A nossa sociedade bate-se com questões de fundo. Algumas delas abordadas aqui, como as alterações climáticas e a economia pós-capitalista. As respostas correctas a essas questões são difíceis ou até mesmo penosas. 

Mas o nosso sistema está concebido para dar pequenos passos dentro de um conjunto de regras que têm por base dois partidos e uma maioria simples. Regras essas que já não funcionam. Como tal não é grande surpresa que não se esteja a concretizar nada de real. Não “mordemos a bala” nem lidamos realmente com quaisquer questões sérias desde a Grande Depressão, a Segunda Guerra Mundial e talvez os primórdios do programa espacial da Guerra Fria – tudo exemplos de alturas em que muitas vidas estavam realmente em risco. 

Compreenda que o agravamento do partidarismo e os impasses são sintomas das falhas inerentes às nossas bases fundacionais. Até Trump é um mero sintoma do declínio do Império Americano. 


Razões para se preparar – cartilha da polarização política

E como sabem, andar a debater os sintomas não resolve nada. Temos que cavar mais fundo. 

As coisas terão ainda que piorar mesmo muito, provavelmente até ao nível da revolta aberta ou de uma recessão maciça, antes dos problemas serem mesmo resolvidos. Se tal não fosse verdade, já teríamos resolvido coisas como o sistema de saúde, o ensino, a imigração, a disparidade de rendimentos, os preços das casas e as alterações climáticas.

O Império Americano não é seguro

Normalmente ouvimos as pessoas a dizer “essas coisas todas só acontecem noutros países de merda, não na América! Não podemos perder!”

Pense melhor. Estamos certos de que a maior parte das pessoas no apogeu dos impérios ao longo da História pensaram também que o seu país ficaria sempre bem. Mas todos os países que atingiram um relevo global declinaram em determinada altura.

Até o Pentágono e a Universidade de Guerra do Exército dos EUA concluíram num relatório recente que “o mundo entrou numa nova fase de transformação fundamental na qual o poderio dos EUA está em declínio, a ordem internacional está a desenvincilhar-se e a autoridade dos governos está a ruir em todo o lado.” Acabam por afirmar que o Império Americano pós-Segunda Guerra Mundial está “a colapsar”.

Doug Casey, autor e investidor, constata que “qualquer país se pode tornar na Rússia dos anos 20, na Alemanha dos anos 30, na China dos anos 40, na Cuba dos anos 50, no Congo dos anos 60, no Vietname dos anos 70, no Afeganistão dos anos 80, na Bósnia dos anos 90 ou na Argentina dos anos 2000.”

Acrescentemos a estes a Venezuela e a Síria nos anos 2010.

Durante os anos 50-70, a Venezuela não só era o país mais rico da América Latina, como era um dos 20 países mais prósperos e desenvolvidos do mundo. Mais rica até que a Noruega.

Este país colapsou por completo. “Há pessoas na Venezuela literalmente a passar fome. É algo apocalíptico”, diz Eric Farnsworth, vice-presidente do Conselho das Américas.

O ano passado os venezuelanos emagreceram em média 8 quilos devido à escassez de comida. As crianças morrem nas ruas por falta de medicamentos.


Tal aconteceu porque o governo não lidou do modo devido com os problemas fundamentais do seu país. Tratavam dos sintomas, como com aumentos do ordenado mínimo. Mas hoje o preço de bens essenciais é 500% superior aos ordenado mínimo. 93% dos venezuelanos não tem como comprar comida.

Abordando outras questões como as doenças, os casos de Malária na Venezuela subiram 76% só num ano. Em geral, há uma falta de 85% de bens médicos. As pessoas deslocam-se a países limítrofes para comprar fraldas e aspirina.

Sim, os EUA estão mais bem protegidos contra estes tipos de coisas do que um país pequeno porque temos mais dinheiro e mais ferramentas. 

… algo sobre quanto maiores são, mais duro caem?

As nossas instituições têm um mau registo no que toca a lidar com desastres

Os nossos governos nem conseguem processar consultas médicas para veteranos que estão a morrer de cancro ou rastrear milhares de milhões de dólares das armas que trouxemos do Iraque. Porque é que supomos que se irão sair bem numa crise?

Mesmo que agências como a FEMA e departamentos de nível local estejam bem financiados e tenham funcionários suficientes, há limites práticos ao que conseguem fazer. As planificações da FEMA tem por base uma demora de 72 horas até que o governo federal consiga mobilizar qualquer resposta a coisas simples como tempestades.

Se acontecer um grande terramoto, as torres do serviço telemóvel irão cair, a electricidade irá falhar e milhões de pessoas irão precisar de assistência imediata. As estradas podem estar intransitáveis. As pessoas estarão mortas, moribundas, feridas, a gritar por ajuda. Podem passar dias ou semanas até que as coisas regressem ao normal.


De acordo com Eric Holdeman, especialista em apoio de emergência com mais de 20 anos de experiência, “o raciocínio de que ‘tenho um problema. Vou chamar o 112’ não é um bom preceito de preparação no caso de um desastre regional devido à limitação dos recursos. Não é preciso grande coisa para esgotar os recursos disponíveis.”

Holderman acrescenta que muitas pessoas utilizam a desculpa “uma catástrofe dessa dimensão vai matar-me, por isso para quê o incómodo de me preparar!” Mas os dados demonstram que só 2% das pessoas morrem imediatamente na crise. Por isso mesmo que a MBNV, o mais provável é deparar-se com um cenário de ter que sobreviver sem o auxílio do governo.

O criticismo à reacção do governo a desastres como o Furação Katrina foi tão profundo, ao ponto de ter direito à sua própria entrada na Wikipédia e a um portal post-mortem do Congresso.

A crise de água recentemente em Flint, no Michigan, é um bom exemplo de um problema tipo “fervura lenta” que envenenou 100.000 residentes com água contaminada com chumbo. Demoraram meses a sequer admitir a existência do problema e UM ANO antes de declararem Estado de Emergência.

Disse o presidente Obama, “o que é inexplicável é indesculpável foi uma vez que perceberam que havia ali um problema, e que havia chumbo na água, não terem alertado as famílias de imediato, não terem desligado tudo. Isso não devia acontecer em lado nenhum.”

via CNN

Organizações não governamentais como a Cruz Vermelha são igualmente ineptas. Por exemplo, o terramoto no Haiti em 2010 matou 130.000 pessoas e destruiu 250.000 lares.

A Cruz Vermelha angariou um record de 500 milhões de dólares em donativos para auxiliar directamente o Haiti. Gastaram 125 milhões nas suas despesas internas e no final construíram apenas SEIS casas depois de terem prometido construir ~15.000.

A mentalidade do crescimento e a diversão nos prepararmos

Aprender novas habilidades é divertido! Ir para o ar livre, ser parte de uma comunidade fortemente entrelaçada e brincar com brinquedos novos é divertido!

Pesquisas recentes demonstram que o cerne de desfrutar ao máximo o nosso tempo livre (como os fins-de-semana) não é ficar sentado no sofá a assistir em barda à Netflix ou ir às compras, mas concretizar desafios plenos de significado. Mesmo que estejamos cansados do trabalho, levantar-nos e fazer algo com significado faz com que nos sintamos mais descansados do que ficarmos sentados sem fazer nada.

Há uma imensidão de termos chiques na psicologia e na sociologia para estes princípios. Mas o essencial é verdade: as pessoas obtêm “uma sensação de bem-estar que advém de actividades com significado, desafiantes, que fazem com que cresçam como pessoas.”

A Hierarquia de Maslow via simplypsychology.org

Mencionamos a Hierarquia de Maslow no sobrevivencialismo para ajudar a priorizar coisas como a água e abrigo, a base da pirâmide. Mas há uma razão pela qual o topo da pirâmide é a auto-actualização, que significa que estamos no nosso melhor quando estamos a tentar estar no nosso melhor.

O modelo da popular “mentalidade do crescimento” prega que as principais diferenças entre pessoas boas / felizes / bem-sucedidas e as outras é se têm ou não uma atitude para a aprendizagem e para o crescimento.


Não há maneira melhor de crescer como pessoa do que aprender novas habilidades práticas e úteis que o possam salvar e aos que lhe são queridos, que o leve para o exterior e a estar com outras pessoas, que lhe dão o conforto e a paz de espírito de ser uma pessoa mais bem preparada que consegue tratar de si e daqueles que lhe são queridos.

O melhor tipo de seguro

Gastamos dinheiro em seguros de todo o tipo, desde os mais comuns para a habitação e automóvel a tipos indirectos como contas de poupança reforma e planos de estudo.

Mas as prioridades ficaram um pouco trocadas. Quando pesquisamos uma publicação acerca de prontidão para combate a incêndios falamos com o dono de uma casa numa zona montanhosa dada a incêndios de floresta que gastava milhares de dólares por ano no seguro contra incêndios. Mas não queria gastar dinheiro a preparar-se.

Achamos que tal não faz sentido. Gastar milhares em seguros para as coisas que temos em casa caso esta incendeie, mas não gastar nada em tentar fazer com que os nossos filhos possam sobreviver a um incêndio logo à partida?

Fora isto eram bons pais e pessoas inteligentes, mas as noções da vida moderna podem fazer com que percamos de vista como equilibrar os custos, os riscos e as prioridades. 

O cliché do vendedor de seguros de que “não está a comprar um seguro, está a comprar paz de espírito” é efectivamente real na prontidão. 

Já viu que existem causas reais e probabilidades reais de em que irá precisar de utilizar as suas preparações – mas esperamos sinceramente que tal nunca seja necessário.

Não importa o que aconteça ou não, estar preparado significa que temos uma apólice de seguro com o bónus “estou preparado e sou capaz de tratar de mim melhor do que 99% das pessoas”. Muitos sobrevivencialistas dizem que tal foi um benefício inesperado da sua prontidão, a paz de espírito de saberem que ficarão bem fez uma enorme diferença nas suas vidas.

Pronto a começar?

Respire fundo 🙂 Só ao escrevermos este artigo de enquadramento global já fez com que nos sintamos assustados e pessimistas. 

Mas pode fazer algo quanto a tudo isto enquanto ainda desfruta da boa vida que tem actualmente. O Mantra do Sobrevivencialista Lúcido pode auxiliá-lo neste processo de modo a não se sentir tão assoberbado.

Bisbilhote o nosso guia para iniciantes em prontidão de emergência para aprender quais os passos correctos e qual a ordem certa para os concretizar para não desperdiçar nem tempo nem dinheiro.

E não se esqueça de partilhar a diversão e a responsabilidade da prontidão com os seus amigos e familiares. Faz com que cada um de vós se torne mais forte e tenha uma maior probabilidade de sobreviver.

Pode enviar quaisquer comentários para editor@theprepared.com

Tradução: Flávio Gonçalves

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